quinta-feira, 24 de novembro de 2011


"Creio que aqueles que mais entendem de felicidade são as borboletas e as bolhas de sabão. Ver girar essas pequenas almas leves, loucas, graciosas e que se movem é o que, de mim, arranca lágrimas e canções."
Friedrich Nietzsche


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Papiros hipnóticos



Lembre de um momento de sua vida em que você esteve alegre!
Sinta a alegria daquele momento neste momento!
Procure imaginar os aromas daquele bom momento no seu inconsciente!
Escute mentalmente os sons, músicas e vozes ocorridos!
Mentalize a sua alegria pela percepção agradabilíssima de reviver aquele momento!
Relaxe!
Pense só pensamentos positivos neste momento!
Respire pausadamente! Inspire! Expire!
Neste momento, tente escutar o som do mar, do vento ou de algo que lhe faça relaxar!
Olhe para parede e mentalize uma fotografia, alguém, uma paisagem, uma cena de sua vida que lhe traz confiança!
Entenda os seus pensamentos negativos como propulsores para você chegar a grandes vitórias!
Repita comigo, a frase que escreverei abaixo:
Eu sou a mensagem de uma vida feliz escrita para o mundo.
Repita mais uma vez! Mais uma vez!
Tente sentir lentamente a sua respiração!
Inspire! Expire! Lentamente!
Agora e nos próximos trinta segundos em diante, diga para você baixinho algumas de suas principais qualidades!
Feche os olhos e tente fazer todo o processo com os olhos vendados, depois de alguns minutos, volte a abrir os olhos!
Continue a ler o que lhe digo até o fim!
Mentalize agora algo que você deseja adquirir!
Não se esqueça de respirar!
Alimente o seu corpo com a luz da sabedoria!
Diga o seu nome completo com confiança!
Meu nome é...
Responda mentalmente a pergunta abaixo:
Qual a sua grande contribuição para o mundo?
Não escutei, repita novamente!
Perfeito...
Como você se sente agora?
Melhor?
Se você conversar mais com você, todos os dias, e tentar lhe entender com paciência, tenho plena convicção que a sua resposta será:
Sim, estou me sentindo melhor...


Marco Valério Gomes Batista Gonçalves

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A verdade da verdade, sem mentiras




Existe a verdade de quem fala e a verdade de quem escuta,

A de quem culpa e, de quem defende.

Temos a verdade verdadeira e a meia verdade.

A verdade do político é uma verdade inverítica,

Já a verdade do povo é uma verdade social.

A verdade do mentiroso é ocasional,

Sendo que em toda ocasião é ocasião para mentir com verdades.

A verdade do pobre é a oração,

Do rico, a absolvição,

Do patrão, o chicote na mão.

A verdade do poeta está no coração,

Do economista, na inflação;

Do advogado, bem, essa verdade, ainda estamos a encontrar.

A verdade do surdo-mudo está em seus gestos,

Já a verdade das cartas está no destino,

Mesmo que na maioria das vezes esse destino não ocorra.

A verdade de tudo isso é a verdade das palavras,

Pois elas podem até enganar no começo,

Porém no fim sempre se encontra a VERDADE.



Marco Valério Gomes Batista Gonçalves.



domingo, 13 de novembro de 2011

Um jovem chamado Diploma




No passeio vespertino dominical, em que antecedia a ida dos irmãos Experiência da Vida e o jovem Diploma até a igreja, onde ocorreria mais uma celebração da santa missa, ocorreu algo meramente reflexivo, pois o Diploma começou a reclamar do vestido de chita da irmã sexagenária.



Ele achava que a irmã não deveria estar com aquelas vestes coloridas, pois havia um contraste evidente entre os dois, já que o mesmo mantinha no corpo um jaleco de linho branco, enfeitado com um estetoscópio dourado; no dedo anular esquerdo, o brilho da esmeralda reluzia. A irmã humilde como era, respondeu que aquelas vestes brancas de requinte do irmão só foram possíveis graças ao trabalho árduo do reumatismo das articulações dela, lavando as roupas de outras famílias, para ajudar no custeio durante a vida acadêmica do irmão até a sua formatura.

O jovem, aborrecido com as provocações da senhora Experiência da Vida, chamou-a de mulher desvairada, e disse que enquanto ele tinha um futuro promissor pelo casamento com a Medicina, ela tinha a sua vida perdida, pois se entregara ao Mundo. Aquela senhora o fitou os olhos e lhe falou que ele não passava mais do que um papel, uma criação do povo do Oriente, que também inventou a bússola e a pólvora: a primeira lhe ausentava no seu íntimo, pela falta de orientação; a segunda abundava no seu semblante, pela cólera de explosão evidente.

O clima estava tenso, quando iniciou a celebração cristã. Ao passar das horas de mãos dadas em orações, os irmãos ali presentes, individualmente, meditavam.

Então, entre o silêncio das orações e a harmonia dos cânticos, o Diploma percebeu que de nada vale o seu nome, se não existir em sua pessoa as qualidades da moral, da ética profissional, da ajuda aos humildes, do reconhecimento dos esforços familiares, da gratidão aos mestres, da memória da sua universidade, das bênçãos de Deus e da felicidade de verdadeiras amizades.

Depois do ocorrido, o Diploma passou a olhar a irmã com valorização, ternura, sentimento, carinho, estando pronto para acompanhar a doença da mana, e reconheceu que apesar de sua existência material abrir muitas oportunidades na vida, ele só era respeitável e válido, porque junto consigo levava as lições da senhora Experiência da Vida, que lhe orientou com o espírito da solidariedade.

Terminada a celebração, ambos se dirigiram para suas respectivas casas. O jovem Diploma dobrou à direita para repousar na rua das gavetas, a senhora idosa de nome tão expressivo seguiu em frente e continua acordada na avenida de nossas mentes.

Tanta briga, para demonstrar um desfecho com tantas emoções. E não se esquecendo que desse laço todo de família, existe uma grande amizade entre os concunhados Medicina e Mundo de mais de vinte e cinco séculos: o Mundo ensinando à Medicina a nunca desistir nos problemas da vida e a Medicina ajudando o Mundo, para um mundo melhor.

Marco Valério Gomes Batista Gonçalves.


Este artigo foi publicado no jornal do CRM-PB no ano de 2004 no site:











sexta-feira, 11 de novembro de 2011

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O Ponto & Vírgula

Até os sinais de pontuações brigam. Vejam o que aconteceu neste contexto:
_ Oi, querida!
_ Querida, nada... Por onde você andou?- pergunta a Vírgula.
_ Ah, estava no trabalho até esta hora, tive que fazer hora extra e depois bati o ponto.
_ Ah, é... (uma pausa enorme pairou no momento)-pois esse sempre foi o comportamento da Vírgula para depois iniciar o discurso que levaria minutos de sabatina, de questionamentos e de recados de ordem.
_ Querida,-interrompeu o Ponto- vamos colocar um ponto final nesta história!
Depois de alguns instantes, a Vírgula viu que os argumentos do Ponto foram convincentes e que todo aquele desconforto foi gerado por ciúmes descabidos, então, os dois fizeram as pazes e foram ao quarto e lá eles já não eram mais dois sinais de pontuações, eles eram um só, eles eram um ponto-e-vírgula, pois o que que o amor não faz?
O amor uniu assim a Vírgula ao Ponto, chegando ao ponto que o Ponto se enlaçou com a Vírgula, unindo-os no amor de um ponto-e-vírgula e ponto final.

Marco Valério Gomes Batista Gonçalves.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Meu Brasil


Na tua bandeira, vejo a ordem e o progresso, vejo o verde, o amarelo, o azul e o branco, bem como as tuas vinte e sete estrelas.

Meu Brasil, na tua terra, vejo a miséria, que é denominada do alvo de desigualdade social a ser vencido, porém só se encontram vencidos e nunca vencedores.

Vejo também a violência de tuas ruas, sobre a qual já se estão tomando providências, mas providências que não passam de poucas evidências. A tua justiça é excepcional, Têmis, a deusa mitológica que equilibra a razão e o julgamento, já disse mil vezes que a balança atual de suas mãos tem que passar por uma análise no Inmetro.

Nas tuas universidades, ó meu Brasil, sinto o cheiro da ciência bem como os odores de coquitéis molotovs e da Canabis sativa propagados por estudantes que em vez de lutar por segurança, estão reivindicando pela insegurança, querendo que a polícia não defenda a sua instituição. Antigamente, os egípcios faziam os hieróglifos nas paredes das cavernas, hoje vemos pichações em prédios de reitorias e depredação do patrimônio público por jovens universitários, que pousam de heróis para as câmaras de televisão nacional e que acham bonito os pais pagarem por suas fianças para os colocarem em liberdade por atitudes tão decepcionantes de estudantes de hoje e de futuros profissionais no amanhã.

Meu Brasil, lindo e grandioso, adoro-te intensamente, apesar de ver o descaso dos teus governantes com a saúde brasileira, os mesmos devem merecer nota dez quando falam e distribuem simpatias que vão resolver os impasses de nossas deficiências tão elementares, em se tratando de uma área vital para teus milhões de filhos, mas os discursos não fazem atitudes e não geram compromissos nem realizações, por isso, meu Brasil, que as promessas, com o passar do tempo, são as mesmas promessas passadas, porém aprimoradas com novas alucinações políticas.

Na tua Constituição, ó grande país das Américas, estão os rumos de todos os teus filhos, tais rumos estão em diversos caminhos, pois todo dia as leis, os direitos, os deveres dos brasileiros são mudados, maquiados, seguindo uma lógica democrática chamada de poder da minoria, onde os números de votos de um político faz parte da economia e se traduz em capital corrente, em troca de empregos, favores e de atos nebulosos de corrupação utilizando o dinheiro do povo, sem o povo, morrendo assim o povo de fome, de doenças e pela omissão dos nossos governantes.

Ó meu Brasil, lindo e trigueiro, espero que um dia o trigo de tua cor se separe do joio de tanta corrupção, o verme que assola tuas vísceras. És o meu Brasil das Olimpíadas, da Copa do Mundo, és festa do povo sem fim, és a política do pão e circo, és o circo e nós, teus filhos, somos os palhaços. Neste circo todo, também tem espaço para o espetáculo do desvio do patrimônio público, como em um passe de mágica, para o patrimônio de um público que merecia cadeia, devolvendo o que não era do seu direito para milhões de carentes e necessitados da pátria mãe.

Ouviram do Ipiranga, o lamento do teu povo com grande índice de analfabetismo, de ensino público precário. Ó meu Brasil, não seria melhor investir na educação básica, com um ensino de qualidade, dando reais condições de concorrência entre alunos de escolas particulares e públicas, entre brancos e negros, pobres e ricos do que estabelecer sistemas de cotas nas universidades, comprovando a ineficiência de nossa rede pública de ensino?

Tens um povo aguerrido, meu Brasil, vejo as lutas de trabalhadores em greves justas, abafadas pela a jóia valiosa dos pobres de espírito, chamada de poder, com penalizações, deturpações públicas colocando a culpa em servidores, jogo de influências entre outros poderes, artimanhas políticas impuras.

Enquanto o mundo comemora a chegada do habitante sete bilhões, em nosso solo não comemoramos o que se investe no povo com o crescimento de nossa população e levando em consideração a alta carga tributária que pagamos aos teus cofres, meu Brasil. Sei que sabes disso.

Sei também que em algum dia, os teus filhos vão acordar, vão às ruas e vão cantar a música do "Basta", a música do "Fim", a música do "Chega disso", a música do "Não aguentamos mais", pois:

"Dos filhos deste solo
És mãe gentil,
Pátria amada
Brasil!"

Marco Valério Gomes Batista Gonçalves.

domingo, 6 de novembro de 2011

A médica e a rosa







Ao chegar cedinho em casa, após um plantão extenuante em um dos
hospitais mais movimentados da região, uma médica com suas olheiras de cansaço,
portando no pescoço seu estetoscópio e no ante-braço esquerdo seu
jaleco branco, adentra na sala de estar e avista a sua filhinha de cinco anos
de idade.
A filhinha em um gesto sublime e infantil se dirige à mãe, escondendo
algo atrás do dorso em uma das mãos e diz:
_ Mamãe, tenho algo para lhe dar com todo o meu coração.
_ E o que é, filha?- a mãe surpresa pergunta à garotinha.
Então, em outro gesto sublime e harmonioso, a garotinha entrega uma linda rosa vermelha à mãe, que ficou bastante feliz com aquele mimo infantil.


_ Que linda, filha! Muito obrigada...
E, inesperadamente, a lindinha disparou:
_ Mamãe, sabe que quando eu crescer eu vou ser médica.
_ Ótimo, só assim você vai ajudar a salvar um montão de pessoas, né?- responde
a mãe entusiasmada.
_ Sim.- responde o pingo de gente.
A mãe-médica ou a médica-mãe, como queiram, olhou bem para sua cria e disse:
_ Bem, se você quer ser médica, então vamos cuidar dessa rosa, para
que ela viva um pouco mais!- logo em seguida a mãe orientou a menina a
colocar a rosa em um pequeno jarro com água.
_ Na água, ela não vai murchar né, mamãe?
_ Filha, as rosas são como as pessoas, em algum dia, elas vão murchar,
porém, quando cuidamos delas, apesar delas murcharem, os seus perfumes
sempre ficarão em nossas mãos- neste momento, a filhinha fez uma face
de dúvida:
_ E quem colocou perfume nas rosas, foi o Papai do Céu, não foi?- neste mesmo
instante, a menina se feriu com um dos espinhos da rosa que estava no vaso com água, ao tentar sentir o perfume dela e liberou dos
seus pulmões um contido "ai" de dor passageira.
_ Eita, filha, doeu muito?
_ Um pouquinho só, mamãe.
_ Mas, voltando a sua pergunta, sim, foi o Papai do Céu que colocou perfume nas rosas. Ele nos ensinou que para sentirmos os perfumes das rosas, temos que nos
furarmos com seus espinhos, em algum momento de nossas vidas.- as duas começaram a rir.
Logo após, a mãe se dirigiu ao quarto, para descansar após cansativo plantão e a
filhinha foi brincar com seus sonhos e na sua imaginação estava presente na mente a estória de ela ser, naquele instante, uma garotinha-médica que dava
mais vida a uma rosa que ela tinha colocado há poucos minutos no vaso, uma rosa tão linda que tinha recebido daquela bela criança o nome de
Vida.


Marco Valério Gomes Batista Gonçalves